Fortes Poderes contra a Democracia

Com a devida vénia reproduzo um artigo publicado ontem no Jornal da Madeira, que me parece ser de grande interesse actual, por explicar com clareza as verdadeiras razões da crise que parece querer devorar toda a Europa.

por AGOSTINO NOBILE em 20.11.2011

Fortes poderes contra a democracia

Hoje não temos provas que esta crise financeira seja causada e conduzida deliberadamente, mas parece certo que os Presidentes do BCE e do FMI são pessoas ligadas ao banco norte-americano Goldman Sachs. Os livros que falam de conspiração mundial adicionam um pormenor inquietante: políticos e economistas ocidentais, aliados a alguns Presidentes e Soberanos europeus e até empresários e jornalistas internacionais, fazem parte do lobby Bilderberg, os quais anualmente organizam encontros secretos. Um escritor como Daniel Estulin, que há vários anos estuda o Grupo Bilderberg, escreve: «No topo da agenda do meeting de 2010 foi discutida a recessão global e as propostas para elaborar e criar o colapso económico que pudesse justificar a criação de um governo económico global». A coisa é de tal ordem que está para além da nossa imaginação, a ponto de nos fazer julgar que se trata de uma das centenas de teorias da conspiração, a fim de se vender mais livros. Mas muitos factos  fazem-nos pensar que não se trata de uma teoria infundada. Sabemos, por exemplo, que os nomes que há muitos anos fazem parte do Bilderberg, alcançam sempre altos cargos políticos e lugares prestigiosos nos grandes bancos e nos media. Na lista do lobby Bilderberg,  podem encontrar-se os nomes de personagens dos países ocidentais (desde os Estados Unidos até Portugal), que anualmente se encontram em várias localidades do mundo. Sabemos as datas e os lugares onde ocorrem os meetings, mas, dado o seu carácter secreto, ninguém pode ter a certeza dos assuntos que tratam. Sabemos que a especulação financeira pode derrubar países como a Itália e a França, países, lembramos, que fazem parte das oito maiores potências económicas mundiais. Ninguém, pelo menos como nós, simples cidadãos, sabe os nomes de quem especula. Num mundo onde se pode saber a vida e a tendência sexual dos políticos e as suas infidelidades conjugais, não é possível ter a ideia de quem especula sobre bilhões de euros que pode conduzir à falência países com uma população de 10 até 70 milhões de habitantes. Parece que o mercado e a finança são constituídos por seres sem cara. Na realidade, como salientam alguns jornais de direita e de esquerda, os novos comandantes da economia são “produtos” de uma única matriz. Christine Lagarde Diretora-Geral do FMI, Mario Draghi, actual presidente do BCE, Mario Monti, actual Primeiro Ministro italiano e Lucas Papademos, actual primeiro ministro grego, estão ligados por um único laço: todos eles trabalharam para o Goldman Sachs. Mas existe também uma outra ligação: pertencem ao Grupo Bilderberg, e a lista dos grandes políticos de esquerda e de direita, nomeadamente dos ricos como Rockefeller é impressionante. O jornal francês Le Monde, que pertence à la “gauche caviar”, salienta que o banco norte-americano Goldman Sachs «teceu na Europa uma rede de influência única, sedimentada ao longo de décadas, devido a uma densa trama pública e subterrânea». Peter Sutherland Denis presidente não-executivo da Goldman Sachs International, membro do Grupo Bilderberg e presidente honorário da Comissão Trilateral, foi nomeado diretor de operações para o resgate da economia irlandesa. O quotidiano italiano de centro direita Il Giornale, escreve: «não é por acaso que Craig Lloyd Blankfein, presidente do Goldman Sachs desde 2006 e grande contribuinte da campanha de Obama, explica assim o seu trabalho como banqueiro: “Eu faço o trabalho de Deus”». Isto significa que, se os políticos de direita e de esquerda não concordarem em realizar uma política económica racional e com equidade, arriscam-se a entregar definitivamente os seus próprios países e a democracia aos novos ditadores da finança: os banqueiros internacionais.

É muito importante  que  se possa perceber completamente a razão desta terrível crise financeira.

 

 

 

 

 

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